POR QUE EMAGRECE?
Por que uma Dieta Paleolítica emagrece se você estiver acima do peso? A resposta é absurdamente simples: Porque o nosso corpo não foi feito para acumular gordura em excesso. Ele precisava ser ágil para caçar, fugir de predadores e eficiente em migrações, que eram constantes. Mesmo com excesso de alimentos naturais (quando um grande mamute era abatido) não armazenavamos além do necessário. Cada quilo de gordura corporal fornece energia para 4 dias. Uma pessoa de 75 kg bastante magra (10% de gordura) tem 7,5 kg de gordura em seu corpo, 67.500 Calorias. O suficiente para mais de um mês. Não há porque armazenar mais do que isso. Para entender os mecanismos que farão você emagrecer nós precisamos de outra pergunta:
Por que uma alimentação tradicional engorda tanto? A resposta começa nos grãos e açúcar, alimentos ricos em carboidratos de alta e altíssima velocidade de conversão em glicose e transporte dessa glicose para o sangue. Essa velocidade pode ser expressa em números, o importantíssimo Índice Glicêmico. Um dos alimentos conhecidos de maior I.G. é o pão branco, tão alto que é usado como referência máxima em algumas tabelas. Na nossa sociedade a taxa de consumo desses carboidratos representa cerca de 60% das Calorias diárias, um desbalanço total, que expulsa da dieta proteínas e gorduras. A Dieta Paleolítica, a qual o nosso corpo foi projetado para receber, apresenta 35% de carboidratos, e eles possuem velocidade de absorção baixa a moderada. Além de ser covardia comparar as vitaminas, minerais e fibras de frutas e vegetais com as dos grãos (polidos ou integrais). Mas o nosso foco neste artigo é o emagrecimento, vamos continuar entendendo o que ocorre em uma alimentação tradicional.
Qual o efeito de consumirmos tantos carboidratos que liberam glicose no sangue tão rapidamente? Além daquela típica indisposição depois do almoço, ocorre um pico de insulina. A insulina é um hormônio secretado pela parte endócrina do pâncreas, que abre as células para receberem essa glicose e bloqueia o uso de gordura corporal. O objetivo é retirar o excesso de açúcar do sangue, pois ele pode causar diversos problemas, incluindo a morte do indivíduo (diabetes é a incapacidade de remove-lo). É como se a insulina sinalizasse para o corpo:
"Emergência! Estamos com uma sobrecarga de glicose, precisamos retira-la do sangue imediatamente! Todas as células que estiverem usando gordura PAREM e usem um pouco dessa glicose no lugar! O que não conseguirem usar será enviada para o fígado!"
E o que não foi usado é transformando em triglicerídeos no fígado, que depois irá virar mais gordura corporal. Esse é um mecanismo emergencial, feito para ser usado esporadicamente. Mas, na maioria da população, ocorre várias vezes ao dia.
E o problema não para por aí. Após um tempo, quando a insulina e a glicose no sangue caem, sentimos muita fome e necessidade de comer mais. Com o passar dos dias, as células vão ficando cada vez mais acostumadas com a glicose e desaprendendo a usar a gordura, demandando que você ingira mais e mais carboidratos. Ou seja, se inicia um ciclo sem qualquer propósito. Você começa a ter compulsão para comer mais carboidratos, que fazem você criar reservas de gordura que ele mesmo impede que você utilize. E a tendencia é acumular cada vez mais.
É por isso que em dietas tradicionais é tão importante controlar as Calorias: Qualquer excesso de carboidrato refinado irá virar gordura sem dó nem piedade, diferente de uma carne, por exemplo. Existe também a recomendação de comer a cada 3 ou até 2 horas, para tentar colocar esse carboidrato aos poucos, conforme o corpo vai precisando. Ambas as estratégias são úteis, mas não passam de um efeito paliativo, uma solução improvisada para um problema muito mais profundo.
Funcionar funciona, mas...
Associado a isso, muitos alimentos industrializados são feitos para ter o máximo de palatabilidade possível, estimulando o consumo em excesso, e ativam vários mecanismos além da insulina que geram compulsão. O principal exemplo é a combinação proposital de carboidrato e gordura, presente na maioria. Naturalmente é quase impossível esses dois macronutrientes estarem juntos. Uma raríssima exceção é a castanha de caju, se já experimentou sabe como não é fácil parar de come-las. O vício em açúcar pode ser comparado com o vício em drogas, e ele é o principal ingrediente em boa parte dos produtos industrializados hoje, basta o olhar os rótulos. Quanto antes um ingrediente é citado, maior a sua concentração naquele produto. Açúcar, se não for o primeiro, está quase sempre entre os 3 primeiros, mesmo quando o produto é salgado. Sal também aumenta a palatabilidade, 70% do sódio consumido pela população vem dos industrializados, e não do saleiro. Os refrigerantes possuem altas concentrações de açúcar e sal, um disfarça o sabor do outro e ambos geram bastante sede. Com essas estratégias os alimentos se tornam altamente densos em Calorias. Mais Calorias em conjunto com os carboidratos refinados potencializam o ganho de gordura corporal provocado por eles.
Ou seja, uma alimentação tradicional utiliza alimentos que fazem com que você coma mais do que precisa, sinta muita fome e compulsão, estimula, hormonalmente, a criação de mais reservas de gordura e bloqueia o uso delas! Parece que não há saída, a não ser viver morrendo de fome o tempo todo.
COMO A DIETA PALEOLÍTICA RESOLVE O PROBLEMA?
Ela irá reduzir o carboidrato de 60 para 35%. Reduções para 15 a 25% podem acelerar ainda mais o emagrecimento, mas cuidado, menos de 15% pode ter o efeito inverso e ser perigoso para a saúde. Carboidratos devem estar em nível adequado, não significa que quanto mais reduzir mais rápido irá emagrecer (por incrível que pareça é um erro bem comum). Em uma dieta de 1800 kcal, 15% equivale a 50 gramas. E o carboidrato inserido virá de frutas, tubérculos e vegetais, que possuem velocidade de absorção muito mais baixa do que pães, massas e arroz. A enorme quantidade de vitaminas, minerais, antioxidantes, fibras e fito-químicos vem de brinde.
Ao reduzir o carboidrato é preciso colocar outros macronutrientes no lugar, um deles é a proteína. A alimentação tradicional apresenta níveis terríveis de proteína, cerca de 15 a 20%. Falta proteína e a pele, sistema imunológico e musculos sofrem bastante. Um valor interessante é 35%, seja você uma pessoa muito acima do peso ou um atleta. A proteína acelera o metabolismo e aumenta a massa muscular, promovendo um maior gasto energético, e estimula um hormonio chamado glucagon, o inverso da insulina, que aumenta o uso de gordura corporal. Também gera mais saciedade, estimulando comer menos. Todas as nossas células de defesa e anticorpos são feitos de proteína, aumentar esse macronutriente fará milagres na sua imunidade contra doenças.
E por último a gordura, em dietas tradicionais fica em torno de 20%, a Dieta Paleolítica propoe um leve aumento para 30%. Caso você decida reduzir os carboidratos além do padrão, a gordura aumentará um pouco mais. É um mito a ideia que ela permite gordura sem limites. A principal diferença será a qualidade dessa gordura. As gorduras consumidas em maior quantidade pela população são os óleos processados, como soja e canola, assim como os hidrogenados (margarina) e gorduras trans, altamente inflamatórios. Na Dieta Paleolítica são consumidas apenas gorduras saudáveis, como azeite, abacate, e a gordura naturalmente presente em carnes, peixes e ovos. A vantagem da gordura é que ela fornece energia sem elevar a insulina, e ensina o seu corpo a usar a própria gordura corporal, sendo mais fácil perde-la. E quando consumida com carboidratos, reduz a velocidade de absorção deles.
Em resumo:
O resultado no emagrecimento é garantido, e após alguns dias de adaptação, uma enorme melhora na sua saúde e disposição. Faça o teste. Experimente uma alimentação paleolítica por 2 semanas e veja como se sente. Colete exames de sangue antes e depois e mostre-os para o seu médico.
O que está esperando?
AQUI uma lista do que pode ser consumido
AQUI uma lista do que não pode e seus malefícios, que vão muito além do ganho excessivo de peso.