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SOBRE O PORTAL

VOCÊ CONFIA NA CIÊNCIA?

 

Vivemos em uma galáxia pequena, a Via Láctea, que possui 400 bilhões de estrelas como o Sol, e é uma entre 1 trilhão de outras galáxias no universo observável. Números muito além da nossa capacidade de compreensão.

 

O Sol é uma estrela de terceira geração. A Terra foi formada por um disco de acreção de material resultante de Supernovas, estrelas massivas que explodiram de forma tão intensa que, por reações nucleares, criaram todos os elementos químicos conhecidos além do hidrogênio. Nós somos poeira de estrelas, combinada na forma de um ser vivo, capaz de crescer, auto-reparar danos e reproduzir.

 

Sabemos que toda a instrução de quem somos está nas moléculas de DNA, fitas com cerca de 2 metros de comprimento, que alternam 4 bases diferentes, em 6 bilhões de espaços. Cada uma das nossas 10 trilhões de células possui uma cópia idêntica deste DNA. Alguns trechos da fita são genes, que se ativos, produzem proteínas específicas. O conjunto de proteínas produzido determina que você é um ser humano, e todas as suas características que te diferenciam dos outros 108 bilhões de pessoas que vivem ou já viveram no planeta.

 

Acreditamos possuir um conhecimento bastante sólido sobre tudo o que nos cerca. Assim como as pessoas no ano de 1500 também acreditavam. Mas, infelizmente, as estatísticas não estão do nosso lado.

 

Em 1962 o economista Fritz Machlup criou um conceito chamado de Half-life of Knowledge, traduzido como Meia-vida do Conhecimento. Seria o período de tempo necessário para que metade do conhecimento de uma área seja declarado como errado ou obsoleto.

 

É estimado que isso aconteça com todo o conhecimento humano atual em 45 anos. Neste período, metade das certezas ciêntíficas que temos hoje serão invalidadas e substituídas por respostas melhores. Em algumas áreas esse tempo pode ser muito menor. Donald Hebb, psicólogo, estimou que na psicologia essa meia-vida tem apenas 5 anos.

 

Quanto tempo seria na nutrição e saúde?

Enquanto o nosso código genético continua essencialmente o mesmo por centenas de milhares de anos, as recomendações nutricionais mudam radicalmente a cada década. Em meados de 1950 era recomendado evitar alimentos ricos em amido, como batatas e pães, e comer mais carne e vegetais no lugar. Em 1970 as recomendações começaram a se afastar das proteínas, com um aumento nos carboidratos, especialmente grãos. Em 1980 vieram as preocupações com gordura na dieta, e alimentos de baixa ou zero gordura explodiram, colocando açúcar no lugar. Agora o pêndulo está voltando, com a percepção de que certas gorduras são benéficas e alguns carboidratos em grande quantidade são prejudiciais à saúde.

 

Realizar estudos nessa área é uma tarefa um tanto quanto ingrata. Na economia existe um conceito chamado ceteris paribus, usado para dizer que uma previsão é válida caso todas as outras variáveis se mantenham constantes. Como elas não se mantém, é bastante comum que economistas falhem miseravelmente em suas previsões. No corpo humano é ainda pior. São inúmeras as individualidades entre os próprios participantes dos estudos. Dois seres humanos podem reagir de forma radicalmente diferente para uma mesma intervenção. E caso fosse possível eliminar todas as variáveis genéticas, com o uso de clones, ainda existirão diversos fatores externos incontroláveis, como qualidade e quantidade de sono, stress, e todos os outros alimentos que estão sendo ingeridos além daquele que está sendo testado.

 

Quer dois exemplos práticos?

 

  • Carne acidifica a dieta, e uma dieta ácida é ruim para a maioria das pessoas. A base da nutrição hoje são grãos, que também são ácidos nutricionalmente. Seria a carne ruim? Em uma dieta a base de grãos os efeitos se somam, e é fácil concluir que sim. Mas frutas e vegetais são alcalinos, e se colocados no lugar dos grãos, compensam a acidez da carne, gerando uma dieta neutra e extremamente saudável. Nesse caso e aspecto, carnes são excelentes.

 

  • Estudos sobre café tem resultados controversos, mas, na média, apontam certo benefício no consumo. Um dado bizarro: Café é a maior fonte de antioxidantes na alimentação média da população. É até esperado que remove-lo não será bom. Mas e o que dizer de uma alimentação muito rica em frutas e vegetais, onde os antioxidantes do café são desprezíveis?

 

Para reduzir todas as variáveis seria necessário controlar minuciosamente inúmeros fatores e utilizar um número gigantesco de participantes. E para piorar, muitos efeitos nocivos na saúde, como câncer e infartos, podem demorar décadas para surgir, e seria necessário um acompanhamento por quase toda a vida da pessoa. Um estudo perfeito é simplesmente impossível de existir.

 

A maior referência científica possível são as revisões sistemáticas de diversos desses estudos imperfeitos. Você agrupa um grande número de trabalhos (de preferência todos os que já foram realizados) e analisa se existem conclusões em comum. Para que algo seja considerado cientificamente comprovado, é necessário que todas as revisões sistemáticas concordem de forma indiscutível entre sí. Na nutrição isso é bastante raro de acontecer. E caso aconteça, ainda estará sujeito a ser alterado pela meia-vida que o conhecimento humano apresenta.

 

Uma forma de simplificar o processo é simplesmente analisar indíviduos de uma população existente, o chamado estudo observacional. Se mal realizado, pode levar a conclusões absurdas.

 

Nas décadas de 70 e 80 estudos assim foram realizados sobre a gordura. Pessoas que consumiam mais gordura morriam mais de problemas cardíacos. E vergonhosamente, durante décadas, a gordura foi considerada como a causa dos problemas. Porém, as pessoas que consumiam mais gordura eram também aquelas com maior poder aquisitivo, pois a gordura vem principalmente de carnes, muito mais caras que grãos e batatas. E pessoas de melhor condição financeira podiam tratar melhor de doenças contagiosas, e iriam morrer em idade mais avançada, onde os problemas cardíacos são mais comuns.

 

Hoje sabemos que existem dois tipos de gordura, a saturada, que deve ser mantida em níveis reduzidos, e a insaturada, que deve ser uma fração considerável das Calorias diárias, de preferência de fontes como azeite. Também sabemos que carboidrato refinado em excesso é um fator de risco, e trocar a gordura saturada por ele não ajuda muito no risco total.

 

O índice de câncer cerebral tem se elevado bastante, assim como o uso de celulares. Populações indígenas isoladas, que não utilizam os aparelhos, tem taxas muito menores da doença. Logo celulares causam câncer cerebral? Bom, estudos gigantescos analisando pessoas acometidas pelos tumores, e comparando-as com pessoas sem tumores, de grupos populacionais muito semelhantes, não encontraram qualquer diferença, incluindo o tempo de uso do celular. Logo, é possível afirmar que até o momento não existe qualquer evidência de que celulares causem esse tipo de câncer.

 

Estudos assim são chamados de "observacional caso-controle", onde o controle são pessoas que já tem a caracteristica que queremos analisar. É extremamente útil perante a impossibilidade de realizarmos testes controlados na escala e tempo necessários e realmente controlados, porém ele é incapaz de provar que determinada intervenção causa determinado efeito.

 

Além de todos esses problemas, sabemos que a ciência muitas vezes trabalha para atender interesses, e boa parte dos trabalhos são financiados pela iniciativa privada. Ela pode realizar diversos estudos e publicar apenas aqueles com o resultado desejado. Apesar de anti-ético, não há nenhuma consequência legal.

 

Muitos cientistas já trabalham orientados para obter conclusões que concordem com suas crenças. O bom cientista é aquele que busca o contrário do que acredita, assim, quando obter uma conclusão, terá mais confiabilidade de que ela realmente é correta.

 

 

"Isso significa que você despreza completamente a ciência?"

 

Jamais. Significa que para dizer que algo é "cientificamente comprovado" é necessário um número gigantesco de evidências concordantes entre sí apontando para aquela conclusão, e um número insignificante de evidências contrárias. Este tipo de acontecimento é um luxo para a nutrição.

 

Na mídia, a quase totalidade das "descobertas científicas" divulgadas não respeitam essa condição, e portanto, não representam a opinião da ciência. Esta é a razão de tamanha volatilidade e tantas contradições nas informações divulgadas.

 

Uma praga que tem afetado a internet atualmente é o uso infantil e inconsistente de estudos científicos para provar pontos de vista, ou exigi-los quando é apresentado um ponto de vista contrário.

 

"Está provado: Carboidratos são veneno! Este estudo de 2008, com diabeticos, não deixa dúvida!"

 

"Bom, este estudo de 2011 mostra que carboidrato é o principal componente das dietas dos triatletas que completam ou vencem um Ironman"

 

"Mas você está pegando um grupo muito seleto e raro! A pessoa média hoje está mais perto de um diabético ou de um triatleta?"

 

"Se carboidratos fossem tão ruins assim, não seriam a base da dieta dos homens e mulheres que realizam a prova mais dura do planeta."

 

E assim vai, até onde a falta de bom-senso permitir...

 

Para provar um ponto, qualquer estudo encontrado no PubMed ou Google Acadêmico que tenha a conclusão desejada já é mais do que suficiente. Agora, se o ponto for contrário, somente uma revisão sistemática de dezenas de estudos será levada em consideração. E caso ela apareça, será minuciosamente investigada atrás de possíveis falhas. Isso não é ciência, é uma briga de crenças e egos, dignas de crianças no primário.

 

Se você quer afirmar que a ciência, até os dias atuais, está comprovando o seu ponto de vista, todas as revisões sistemáticas de testes controlados tem que apresentar, de forma enérgica, a mesma conclusão. E isso é algo extremamente raro de acontecer, e acontece em tópicos improváveis de serem discutidos. Ninguém precisa tentar provar que cigarro causa câncer de pulmão, por exemplo.

 

Este é um dos motivos que me fazem tomar extremo cuidado ao afirmar que existem provas científicas para justificar as minhas crenças. Jamais o PaleoHARD se rebaixará ao ponto de, desonestamente, apresentar trabalhos e estudos altamente selecionados para tentar provar que o nosso ponto é o correto e o ponto de alguma outra pessoa está errado.

 

 

EM QUEM CONFIAR?

 

Em primeiro lugar, confie no seu senso crítico e inteligência, nunca siga a boiada (que geralmente vai rumo ao abatedouro). Seja cético sempre. A ciência vai muito além de pegar dois grupos de pessoas, mudar um fator e ver o que acontece. Ela depende de teorias, ideias, hipóteses e muito pensamento racional.

 

Dito isso, gostaria de deixar uma sugestão sobre como se alimentar e conseguir decidir o que é melhor para a sua saúde:

 

A Dieta Paleolítica, altamente baseada em ciência e pensamento crítico, aparece como um atalho para as respostas corretas, no meio de tantas inconsistências na nutrição tradicional. Ela parte da premissa que o nosso corpo está melhor adaptado para os alimentos naturais, ou seja, aqueles que consumimos na natureza por milhões de anos. Possuo a crença de que essa, é de longe, a melhor opção nutricional possível para um ser humano. Sustentada por muitas evidências científicas, pensamento lógico, a transformação que ocorreu em minha vida e que vejo ocorrer em todas as pessoas que tentam. Mais informações AQUI.

 

A nutrição sempre foi avaliada mais de perto no meio esportivo, pois a necessidade de resultados é imensa. E as melhores metodologias não vem dos laboratórios, mas da experiencia dos competidores. A ciência apenas vai atrás dos campeões, tentando entender o que eles fizeram, e a partir dai, apresentando suas hipóteses.

 

Foi deste meio que surgiu o maior divulgador da Dieta Paleolítica, o Dr. Loren Cordain. Inicialmente interessado em descobrir como alcançar o máximo de desempenho esportivo com a alimentação, conheceu e se encantou pelo conceito da Dieta Paleolítica. Atualmente é Professor Doutor Emérito da Universidade do Colorado, na área da Ciência da Saúde e Exercício. Possui vários livros publicados, e diversos estudos realizados por ele e a sua equipe. Você não terá trabalho em descobrir mais sobre os livros no Google, e AQUI pode encontrar os seus estudos científicos.

 

Outro grande divulgador é o treinador Joe Friel, indiscutivelmente um dos maiores treinadores de triathlon e ciclismo do planeta, com vários livros publicados e autor do TrainingPeaks, plataforma de treinos oficial do Ironman. Amigo pessoal de Loren Cordain, passou de completo cético para grande defensor da dieta após um teste de 3 semanas, onde mal conseguiu treinar no começo, e após adaptar-se, o seu rendimento estava incrivelmente superior. Ele recomenda a Dieta Paleolítica em todos os seus livros, como forma de melhorar a saúde e atingir novos patamares no desempenho esportivo.

 

A base científica de tudo que é defendido aqui parte destes dois grandes pesquisadores, na minha opinião, as melhores e mais confiáveis referências na área. Os guias práticos presentes no site são uma combinação do conhecimento produzido por ambos com a minha experiência pessoal, onde tento trazer, de maneira fácil e simples, informações para conhecer a dieta e atingir os resultados desejados com ela. Sempre levando em conta a individualidade do seu corpo e objetivos.

 

 

UMA CONCLUSÃO SINCERA

 

A maior revisão sistemática de estudos sobre emagrecimento analisou 11 dietas famosas diferentes. A Dieta Paleolítica não foi inclusa, pois não existe um criador oficial e uma metodologia única para segui-la, exigências da revisão, mas algumas dietas razoavelmente semelhantes a ela foram estudadas. O artigo tentou buscar qual seria a dieta que promovia o maior emagrecimento. A conclusão é surpreendente: Em todas os participantes emagreceram de forma igual, neste aspecto não existe nenhuma dieta melhor do que a outra, basta segui-las corretamente. Você pode ver este estudo AQUI.

 

Não acredito que a Dieta Paleolítica teria um resultado mais expressivo do que as outras. Porém ele não leva em conta fatores como: saciedade, prazer em comer, facilidade de adesão e principalmente saúde e disposição. Existe uma grande gama de estudos apontando dietas de baixo carboidrato como sendo melhores em todos esses quesitos (para quem precisa emagrecer). A Dieta Paleolítica pode ser ou não aplicada com baixo carboidrato, de acordo com questões individuais.

 

A Dieta Paleolítica, embora emagreça se você estiver acima do peso, é muito mais do que uma dieta para emagrecer. É uma mudança de vida permanente, que atende qualquer objetivo.

 

Há 30 anos, as recomendações gerais concordavam apenas 25% com a Dieta Paleolítica, nas frutas e vegetais apenas. Há 60 anos, concordavam 80%. Analisando recomendações isoladas sobre alimentos, 90% da ciência hoje recomenda o mesmo que a Dieta Paleolítica, e esses 10% ainda não são totalmente conclusivos. Sim, ela era próxima, se afastou e voltou. Poderá a ciência sair se afastando novamente da alimentação natural humana? Muito pouco provável, mas não impossível.

AQUI é possível encontrar resumos sobre a opinião da ciência na nutrição humana e vários estudos demonstrando a superioridade prática de dietas low-carb no emagrecimento.

 

A única revisão sistemática de estudos sobre a Dieta Paleolítica ainda chega tímida, mas foi bem realizada. Ela concluiu que a dieta causa grandes mudanças em vários marcadores de risco para doenças da síndrome metabólica, em relação a uma dieta tradicional. Ela melhorou a pressão sanguínea, glicose, colesterol, circunferência da cintura e triglicerídeos. O estudo está AQUI. Lembrando que essa é a versão correta, baixa em gordura saturada.

 

Não posso te provar, cientificamente, que ela é a melhor dieta possível, assim como não é possível provar isso de nenhuma outra dieta com as informações que temos hoje. Mas já te mostrei, ao menos, que ela é uma opção totalmente válida e promissora, muito além de qualquer dieta da moda ou método de emagrecimento rápido e inconsequente.

 

AQUI você encontrará um guia básico de como começar.

 

Cordialmente, Vinícius Custodio.

Ciência
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QUEM SOMOS

Vinícius Custodio
Autor do PaleoHARD. Atleta no ciclismo de estrada há 8 anos, adepto e divulgador da Dieta Paleolítica.

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